No processo de fertilização in vitro (FIV) um dos momentos mais esperados é a transferência do embrião. Contudo este momento devemos sempre lembrar que o embrião tem seu potencial de sucesso muito correlacionado com suas características. Nem tão pouco que um embrião “menos bonito” levará a uma gestação com problemas ou que o bebe terá problemas. Não há relação.
Os embriões são fertilizados de duas formas: forma clássica ou ICSI (Intracytoplasmic Sperm Injection ou Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoide). Na primeira o óvulo é colocado dentro de uma microgota e aproximadamente 150 mil espermatozoides são postos a disposição da fertilização que ocorre de forma natural. No ICSI há intervenção do embriologistas que através de uma agulha introduz dentro de cada óvulo um espermatozoide.
Os embriões são avaliados diariamente. Todos os dias os embriologistas nos dão um descritivo deles. Existe já tecnologia que permite uma avaliação via câmara de vídeo com uma visão dinâmica do processo, porém ainda é uma tecnologia cara e não disponível em muitos centros.
A transferência dos embriões pode ser feita entre os dias 2 a 6 da evolução. Porém é mais comum nos dias 3 e 5 da evolução, sendo o 5º dia o mais interessante por se tratar de uma fase da evolução em que os embriões naturalmente chegam ao útero materno (blastocisto).
O número de embriões transferidos faz parte do plano terapêutico. As gestações gemelares e múltiplas devem ser evitadas sob o risco de complicações maternas e fetais. Isto é uma tendência mundial. Por isso, deverá sempre seguir a resolução CFM nº 1.957/2010 (Normas Éticas para a Utilização das Técnicas de Reprodução Assistida), definiu:
“O número máximo de oócitos e embriões a serem transferidos para a receptora não pode ser superior a quatro. Em relação ao número de embriões a serem transferidos, são feitas as seguintes determinações:
- mulheres com até 35 anos: até dois embriões;
- mulheres entre 36 e 39 anos: até três embriões;
- mulheres com 40 anos ou mais: até quatro embriões.”