Endometriose

Endométrio é a camada de tecido que reveste o útero por dentro. Nele as futuras gestações são acolhidas e quando isso não acontece é expulso pela menstruação através da vagina. É um tecido que todo mês é produzido e descartado em caso de não gravidez. A endometriose consiste no implante de endométrio fora do útero e pode atingir qualquer parte do corpo, mas é comumente encontrada no interior do abdome próximo ao útero, ovários e tubas uterinas.

A presença da endometriose afeta a fertilidade e existem vários artigos falando a respeito. De uma forma geral acomete cerca de 5 a 15% das mulheres em idade fértil e 20 a 50% das mulheres com dificuldade para engravidar. O grande problema se deve a alteração da anatomia da pelve desencadeada pelo processo inflamatório provocado. A cada ciclo menstrual há uma proliferação do tecido fora do útero também e isso leva há células de defesa a combaterem isso. Os resultados são grandes processos inflamatórios que alteram a anatomia, prejudicam a qualidade do óvulo e dificultam a gravidez. Trabalhos ainda demonstram que há também prejuízo da implantação e embriões por alterações endometriais.

A endometriose também se apresenta de formas distintas podendo ser implantes superficiais, disseminados por toda a pelve; como podem estar penetrando e infiltrando órgãos e outras estruturas adjacentes (intestinos, ovários e bexiga) em forma de nódulos (endometriose profunda); e ainda dentro dos ovários com destruição do parênquima e acumulo de um líquido achocolatado chamado de endometrioma.

Os sintomas geralmente se iniciam logo nas primeiras menstruações, mas não é regra. Muitas mulheres são assintomáticas a despeito de processo bastante intensos. Todavia, quando provoca sintomas a queixa sempre esta associada a cólicas abdominais fortes durante as menstruações, dor durante as relações e durante a evacuação, evacuação com sangue e muco câimbras nos membros inferiores e infertilidade. As melhores formas de diagnostico são as ultrassonografias com preparo intestinal e a ressonância magnética. A pesquisa de CA125 não é considerada como elemento diagnóstico.

O tratamento pode ser clinico ou cirúrgico. Os tratamentos clínicos são paliativos, ou seja, não curam, apenas tentam parar a evolução dos danos das lesões e com isso melhora do quadro álgico bastante comum na endometriose. A correção realmente é cirúrgica. Realizado através da videolaparoscopia com a retirada completa das lesões e não apenas sua cauterização. A cirúrgica pode ser bastante demorada e causar danos pela agressividade da cirurgia. Esta intervenção melhora as condições clinicas da paciente e com isso há recuperação da fertilidade permitindo por vezes a gestação espontânea. Contudo quando a gestação natural não ocorre a cirurgia pode auxiliar nos resultados de tratamentos de reprodução assistida, com maiores taxas de sucesso. O procedimento deve ser sempre muito bem planejado e realizado com profissionais habilitados e acostumados com as lesões e as técnicas cirúrgicas utilizadas. Várias sociedades internacionais tem um posicionamento dubio quanto a necessidade de cirurgia em todos os casos de endometriose, cabendo ao medico avaliar os benefícios ou não da cirurgia.

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