HIPERPROLACTINEMIA

A hiperprolactinemia é o excesso de produção de prolactina (hormônio responsável pela lactação) e pode levar a dificuldade em engravidar. Em mulheres com irregularidade menstrual (amenorreia 2ª) é a segunda causa mais frequente de infertilidade, apenas atrás das síndromes anovulatórias (por exemplo, Síndrome dos ovários policísticos). Sua incidência geral é de 0.5% da população geral, mas nas mulheres inférteis oscila entre 15-20%. A infertilidade ocorre devido à alteração da função da hipófise com desregulação dos hormônios FSH e LH, que são os principais hormônios responsáveis pela ovulação.

Em homens a elevação da prolactina também pode influenciar na fertilidade. Tem ação inibitória na produção de testosterona e, consequentemente, pode diminuir a libido, causar irritação emocional, fraqueza muscular, disfunção erétil e alteração na quantidade e qualidade dos espermatozoides.

Existem causas fisiológicas, farmacológicas e patológicas para elevação da prolactina. A gravidez e amamentação são fisiológicas, assim como a privação do sono, estresse, e atividade sexual; as farmacológicas mais comuns são por uso de medicamentos: hormônios (contraceptivos), antieméticos (metoclopramida), anti-hipertensivos (metildopa); Procinéticos (cisaprida); antipsicóticos (haloperidol), antidepressivos (diazepan), narcóticos (cocaína) e tantos outros. Entre as patológicas destacam-se as endocrinopatias como: hipotireoidismo, insuficiência renal e hepática. Algumas vezes a causa do excesso de prolactina são tumores hipofisários benígnos. Quando maiores que 1 cm chamamos de macroadenomas e se menores microadenomas.

O quadro clinico habitual se apresenta com irregularidade ou ausência da menstruação (amenorreia) e galactorreia (saída de leite pelas mamas) presentes em 90% das mulheres com hiperprolactinemia. Em casos severos quando há invasão tumoral pode ocorrer à compressão do nervo ótico levando a alteração do campo visual (amaurose) e cefaleia. Contudo, muitos casos são assintomáticos e o diagnostico é dado pela dificuldade em engravidar.

O diagnóstico é dado pela dosagem da prolactina no sangue além de exames de imagem, (Ressonância Magnética). Os níveis de prolactina menores que 100 ng/mL são mais relacionados a causas farmacológicas. Quando maiores que 100 ng/mL há maior chance de prolactinomas. Nos casos de prolactina acima de 250 ng/mL é bem provável presença de macroprolactinomas. Quando há infertilidade a investigação do casal deve ser adequada, pois pode haver sobreposição de causas, e nesse caso será indicado o tratamento específico de reprodução assistida.

Nos quadros de hiperplrolactinemia causada por fármacos o tratamento deve ser a troca da medicação. Quando há prolactinoma o tratamento é via oral, semanal (ou diário a depender da droga de escolha) e tem uma grande eficácia. Uma vez estabilizado os níveis de prolactina a as menstruações são regularizadas e a fertilidade é retomada. As medicações são fornecidas gratuitamente pelo SUS. Em casos não responsivos e de maior agressão tumoral pode haver necessidade de cirurgia que é realizada pelo neurocirurgião.

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